- a mobilização e agressividade dos piquetes paralisadores foram muito menores do que da última vez;
- o impacto na opinião pública também foi menor. Já não era novidade, como da última vez. Nota-se também um sentimento do género "isto está tão mau para todos, porque devia ser diferente para eles?";
- o impacto nas "prateleiras" do retalho foi muito menor. Por um lado, a duração foi menor, por outro, as empresas responsáveis pela logística de distribuição já tinham preparado planos de contingência.
Na realidade, podíamos aprofundar esta discussão por outras vias:
- a crescente concentração na distribuição alimentar (e noutros sectores importantes) retirou importância às pequenas empresas de transportes rodoviários. Foram só essas empresas que fizeram lockout, por isso o mesmo teve pouco impacto;
- as pequenas empresas são as que realmente sofrem com a subida dos combustíveis, porque não têm poder de negociação que lhes permita reflectir o aumento do custo nos clientes. Por isso, precisam fazer estas chantagens sobre o cidadão e o contribuinte.
Conhecem impactos mais profundos do que estes, provocados por esta "greve"?
PS: a esta hora ainda não consegui identificar quais foram as concessões do governo que levaram a um acordo, nem quanto vão custar aos bolsos do contribuinte.
2 comentários:
As empresas que estiveram envolvidas na "greve" são basicamente micro empresas que trabalham em regime de subcontratação para as grandes empresas de distribuição que actuam no mercado nacional, sendo que o poder negocial destas é residual e apenas pode aumentar com este tipo de medidas extremas. No entanto desde o início do ano de 2011 todas as grandes empresas de distribuição voltaram a aplicar a taxa de combustível sendo que está vária de empresa para empresa, mas o valor mínimo que vi foi de 6,4% face as tarifas em vigor. Os camionistas obtiveram uma redução do preço das portagens da SCUTS de 10% durante o dia e de 25% para o horário nocturno para além disso poderão deduzir 40% dos custos de combustíveis no IRC.
Todos os consumidores já estão a pagar estes aumentos sejam as entidades que solicitam a prestação dos serviços de transporte quer sejam os consumidores finais.
Na realidade, parte do acordo é pago, não pelos consumidores, mas pelos contribuintes.
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